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Governo do Reino Unido e British Airways processaram voo de reféns no Kuwait em 1990

A ação afirma que o governo do Reino Unido e a companhia aérea “sabia que a invasão havia começado”

Londres:

Passageiros e tripulantes de um voo da British Airways que foram feitos reféns no Kuwait em 1990 iniciaram uma ação legal contra o governo do Reino Unido e a companhia aérea, disse um escritório de advocacia na segunda-feira.

As pessoas do voo 149 da BA foram retiradas do avião com destino a Kuala Lumpur quando este aterrou no estado do Golfo, em 2 de agosto daquele ano, horas depois de o então líder do Iraque, Saddam Hussein, ter invadido o país.

Alguns dos 367 passageiros e tripulantes passaram mais de quatro meses em cativeiro, inclusive como escudos humanos contra ataques ocidentais às tropas do ditador iraquiano durante a primeira Guerra do Golfo.

Noventa e quatro deles entraram com uma ação civil no Supremo Tribunal de Londres, acusando o governo britânico e a BA de “colocar deliberadamente em perigo” civis, disse McCue Jury & Partners.

“Todos os requerentes sofreram graves danos físicos e psiquiátricos durante a sua provação, cujas consequências ainda são sentidas hoje”, acrescentou o escritório de advocacia.

A ação alega que o governo do Reino Unido e a companhia aérea “sabiam que a invasão havia começado”, mas permitiram que o voo pousasse mesmo assim.

Eles fizeram isso porque o voo foi usado para “inserir uma equipe secreta de operações especiais no Kuwait ocupado”, acrescentou a empresa.

“Não fomos tratados como cidadãos, mas como peões dispensáveis ​​para ganhos comerciais e políticos”, disse Barry Manners, que estava no voo e participa na reivindicação.

“Uma vitória sobre anos de acobertamento e negação descarada ajudará a restaurar a confiança em nosso processo político e judicial”, acrescentou.

Arquivos do governo britânico divulgados em novembro de 2021 revelaram que o embaixador do Reino Unido no Kuwait informou Londres sobre relatos de uma incursão iraquiana antes do voo pousar, mas a mensagem não foi repassada à BA.

Houve também alegações, negadas pelo governo, de que Londres colocou conscientemente os passageiros em risco ao utilizar o voo para enviar agentes secretos e atrasar a descolagem para lhes permitir o embarque.

O governo do Reino Unido recusou-se a comentar questões jurídicas em curso.

A British Airways sempre negou acusações de negligência, conspiração e encobrimento.

A companhia aérea não respondeu a um pedido de comentário da AFP, mas disse no ano passado que os registos divulgados em 2021 “confirmaram que a British Airways não foi avisada sobre a invasão”.

A McCue Jury & Partners anunciou em setembro sua intenção de entrar com o processo, dizendo então que os reféns “podem reivindicar uma média estimada de £ 170.000 (US$ 213.000) cada em danos”.

Em 2003, um tribunal francês ordenou que a BA pagasse 1,67 milhão de euros aos reféns franceses do voo, alegando que ela havia “falhado gravemente em suas obrigações” com eles ao pousar o avião.

(Com exceção do título, esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é publicada a partir de um feed distribuído.)

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