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Musk intensifica ataques ao principal juiz do Brasil enquanto X enfrenta possível suspensão, finanças da Starlink congeladas

Elon Musk, CEO da SpaceX e Tesla e proprietário da X, observa durante as sessões da conferência global Milken Conference 2024 no The Beverly Hilton em Beverly Hills, Califórnia, EUA, em 6 de maio de 2024.

David Swanson | Reuters

O líder da Tesla, SpaceX e X Corp., Elon Musk, intensificou seus ataques online ao juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes na quinta-feira, em meio a uma batalha política e jurídica cada vez mais intensa entre o bilionário da tecnologia e suas empresas, e o mais alto tribunal do Brasil.

Tribunal de Moraes anunciou na quarta-feira que estava ordenando que Musk e a X Corp. nomeassem um representante legal para a empresa de mídia social, anteriormente conhecida como Twitter, no Brasil dentro de 24 horas, ou X enfrentaria “penalidade de suspensão de atividades” no país.

A suspensão do X no Brasil pode causar sérios problemas comerciais para a já atribulada rede social. O Brasil tem uma população de mais de 171 milhões usuários ativos de mídia social, de acordo com o mercado pesquisa por Oosga.

A nação está se preparando para as eleições municipais de outubro. E, segundo as leis do Brasil, as redes sociais de lá precisam empregar alguém que possa receber e considerar notificações de remoção do governo sobre desinformação política.

X não tem funcionário no Brasil, depois que a empresa disse que era removendo todos os seus funcionários do país no início deste mês.

Na quarta-feira à noite, Musk postou uma imagem manipulada que parecia mostrar o juiz atrás das grades. “Um dia, @Alexandre, essa foto sua na prisão será real. Marque minhas palavras”, Musk escreveu para de Moraes e os 195,8 milhões de seguidores listados de Musk no X.

Na quinta-feira, relatórios de G1 Globo no Brasil revelou que Moraes havia ordenado “o congelamento de todos os ativos financeiros” das empresas de Musk no Brasil, incluindo a Starlink, de propriedade da SpaceX, para “garantir o pagamento de multas” que o tribunal havia aplicado contra X.

“No início desta semana recebemos uma ordem do Ministro do Supremo Tribunal Federal @alexandre de Moraes que congela as finanças da Starlink e impede a Starlink de realizar transações financeiras naquele país”, disse a empresa em uma publicação na quarta-feira à noite.

“Esta ordem é baseada em uma determinação infundada de que a Starlink deve ser responsável pelas multas cobradas — inconstitucionalmente — contra X”, disse a empresa. “Ela foi emitida em segredo e sem dar à Starlink qualquer um dos devidos processos legais garantidos pela Constituição do Brasil. Pretendemos abordar o assunto legalmente.”

Em 29 de agosto de 2024, no Brasil, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Ministro do STF Alexandre de Moraes, determina o bloqueio das contas de outra empresa, a Starlink, de Elon Musk, para garantir o pagamento de multas aplicadas pelo STF em razão da ausência de representantes de X no Brasil.

Ton Molina | Nurphoto | Getty Images

Starlink é um serviço de internet via satélite operado pela SpaceX. Agora está aprovado para operações comerciais em 105 países, incluindo o Brasil. Starlink anunciou no X sob a gestão de Musk e Musk encorajou as pessoas no Brasil a usar o Starlink para acessar o X.

Musk, a CEO da X Corp., Linda Yaccarino, e representantes da SpaceX não responderam ao pedido de mais informações da CNBC na tarde de quinta-feira.

Na quinta-feira, Musk chamou de Moraes de “um criminoso declarado”, que está apenas “se passando por juiz”, em uma publicação no X. O bilionário da tecnologia continuou: “O tirano, @Alexandre, é ditador do Brasil. Lula é seu cachorrinho de estimação”, referindo-se a Luiz Inácio Lula da Silva, que foi eleito presidente do Brasil em 2022, derrotando o ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro.

Bolsonaro é um aliado de longa data de Musk, e sua administração concedeu a Musk o direito de operar a Starlink no Brasil e concedeu a Musk uma medalha em reconhecimento às suas contribuições ao país. Os apoiadores de direita de Bolsonaro têm tornem-se fãs visíveis do bilionário da tecnologia.

Um homem pendura bandeiras com o retrato do magnata da tecnologia Elon Musk durante uma manifestação convocada pelo ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, Brasil, em 21 de abril de 2024.

Mauro Pimentel | AFP | Getty Images

Os críticos de De Moraes o veem como um censor, ultrapassando os limites de seu papel. Os apoiadores saúdam os esforços de seu tribunal para conter a desinformação prejudicial online no Brasil.

No início deste ano, em 7 de abril, o juiz de Moraes iniciou uma investigação sobre Musk e a X Corp. por suposta obstrução da justiça.

Embora Musk tenha anunciado que desafiaria as ordens do tribunal brasileiro de restringir ou suspender algumas contas populares no X, em 15 de abril, advogados que representam a rede social disseram ao Supremo Tribunal Federal que eles realmente cumpririam as ordens do tribunal.

O tribunal de Moraes também está investigando Musk e X como parte de um inquérito mais amplo sobre as chamadas milícias digitais no Brasil, pessoas acusadas de espalhar desinformação online com o objetivo de atacar instituições democráticas no país.

A X Corp. foi intimada pelo Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes dos EUA para compartilhar informações sobre ordens do tribunal brasileiro relativas à moderação de conteúdo. O comitê controlado pelos republicanos, preocupado com a censura, informações divulgadas sobre ordens judiciais brasileiras pedindo que a X suspenda ou remova cerca de 150 contas de usuários de sua plataforma nos últimos anos.

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