Tribunal Superior do Brasil confirma suspensão de X por supostas transgressões judiciais
São Paulo:
O Supremo Tribunal Federal (STF) ratificou nesta segunda-feira a decisão de um de seus juízes de suspender a rede social X, de Elon Musk, por supostas transgressões judiciais.
O acesso à rede no país está bloqueado desde a manhã de sábado, horas depois de o juiz Alexandre de Moraes determinar a suspensão da plataforma.
A decisão de Moraes ocorreu depois que Musk não cumpriu uma ordem para nomear um novo representante legal para a empresa no Brasil — uma exigência que X rejeitou por considerá-la “ilegal”.
Moraes e Musk estão envolvidos em uma disputa de alto nível há meses, enquanto o juiz prometeu combater a desinformação e Musk reivindica a supremacia da liberdade de expressão.
Na segunda-feira, cinco juízes do Supremo Tribunal Federal, incluindo o próprio Moraes, votaram em uma sessão virtual para manter sua decisão.
“Elon Musk demonstrou seu total desrespeito à soberania brasileira e, em especial, ao Judiciário, posicionando-se como uma verdadeira entidade supranacional, imune às leis dos países”, disse Moraes na nova decisão.
Seu colega Flavio Dino acrescentou que “a liberdade de expressão não justifica violações reiteradas do ordenamento jurídico”.
Musk, que também é dono da Tesla e da SpaceX, reagiu com fúria à ordem da sexta-feira passada, rotulando Moraes como um “ditador maligno se passando por juiz” e acusando-o de “tentar destruir a democracia no Brasil”.
O impasse começou quando Moraes ordenou a suspensão de várias contas X pertencentes a apoiadores do ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro.
Bolsonaro tentou desacreditar os sistemas de votação usados durante as eleições de 2022 no país, que ele perdeu.
As autoridades brasileiras estão investigando se Bolsonaro planejou uma tentativa de golpe para impedir que seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva, assumisse o cargo em janeiro de 2023.
Usuários online bloqueados por Moraes incluem o ex-deputado de extrema direita Daniel Silveira, que foi condenado a nove anos de prisão em 2022 sob a acusação de liderar um movimento para derrubar o Supremo Tribunal Federal.
Em abril, Moraes ordenou uma investigação sobre Musk, acusando-o de reativar algumas das contas banidas.
Musk também é alvo de uma investigação separada sobre o suposto uso de dinheiro público para orquestrar campanhas de desinformação em favor de Bolsonaro e pessoas próximas a ele.
A suspensão de X ocorreu pouco mais de um mês antes das eleições municipais no Brasil.
Em agosto, a X anunciou que estava fechando seus escritórios no Brasil devido às ações de Moraes, mas garantiu aos clientes que eles ainda teriam acesso aos seus serviços.
Até sexta-feira, o X contava com cerca de 22 milhões de usuários no Brasil, segundo o site DataReportal.
(Com exceção do título, esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é publicada a partir de um feed distribuído.)