Mais de 40% dos gatos de estimação brincam de buscar — mas os cientistas não sabem bem o porquê
Buscar é um jogo inextricavelmente ligado aos cães. Mas uma nova pesquisa mostra que gatos brincar de buscar também — talvez mais do que você imaginava.
Aproximadamente 40% dos gatos trazem de volta um brinquedo jogado pelo menos algumas vezes, de acordo com o estudo, publicado quarta-feira (4 de setembro) no periódico PLOS Um. A questão é: por quê? Sabemos algumas razões pelas quais os cães brincam de buscar, mas não é tão óbvio por que os gatos fazem isso, disseram os autores do estudo.
“Durante a domesticação dos cães, nós os selecionamos para alguns comportamentos específicos, como a recuperação, que provavelmente explicam em maior medida por que [fetching] comportamento é muito mais comum em cães”, coautor do estudo Mikel Delgadoum especialista em comportamento animal da Universidade Purdue em Indiana, disse em uma entrevista com a PLOS One fornecida à Live Science. “Para mim, a questão maior é por que tantos gatos buscam, já que não os selecionamos especificamente para ajudar humanos em tarefas como caça ou pastoreio.”
Um estudo de 2023 na revista Relatórios científicos descobriu que os gatos (Um gato) que brincam de buscar tendem a fazê-lo em seus próprios termos, com quase 95% dos gatos iniciando uma brincadeira de buscar sem treinamento explícito. Mas esse estudo entrevistou apenas donos de gatos que relataram que seus gatos brincavam de buscar. O novo estudo investiga o quão prevalente é o comportamento de buscar.
Em uma pesquisa com mais de 8.000 donos de gatos, os pesquisadores descobriram que 40,9% dos gatos brincam de buscar “às vezes”, “geralmente” ou “sempre”. E muitos gatos se envolvem em outras atividades de transporte, mesmo que não busquem: quase 58% dos gatos carregam brinquedos e 39% levam um brinquedo para seus donos para começar a brincadeira.
Gatos siameses, birmaneses e tonquineses eram as raças que tinham mais probabilidade de brincar de buscar. Ser macho, viver exclusivamente dentro de casa e não ter problemas de saúde também aumentava a probabilidade de um gato buscar. E viver com cães tornava os gatos, em geral, menos propensos a buscar, o que pode resultar de cães expressando comportamento predatório em relação aos gatos ou seus brinquedos, sugeriram os pesquisadores.
A equipe também analisou o comportamento de busca em cães (Um cão lobo familiar). Talvez não seja surpresa que cães eram mais propensos do que gatos a brincar de buscar: uma pesquisa com mais de 73.000 donos de cães descobriu que quase 78% dos cães brincavam de buscar pelo menos algumas vezes, com retrievers, poodles, pointers e spaniels mais propensos a se envolver no comportamento. Os retrievers em particular — como o nome sugere — foram criados para “buscar” caça para caçadores.
Assim como os cães, os gatos podem brincar de buscar objetos por diversão.
“Em ambas as espécies, buscar está correlacionado com medidas de atividade e energia, então parece ser uma forma de brincadeira”, disse Delgado na declaração. Buscar pode ajudar os gatos a praticar comportamentos de caça, como atacar e morder, sugeriram os pesquisadores, embora o quanto esses comportamentos foram influenciados pela domesticação ainda não esteja claro.
“Esperamos que o estudo chame mais atenção para o comportamento de busca em gatos, que são frequentemente retratados como independentes ou indiferentes”, disse Delgado na declaração. “Na verdade, eles podem ser muito sociais, e este é um bom exemplo de uma maneira como eles são interativos com humanos.”