Identificado agente do Hezbollah por trás dos atentados de 1992 e 1994 na Argentina
Nova Deli:
Em 1992, a embaixada israelense na capital argentina, Buenos Aires, foi bombardeada, matando 29 pessoas e ferindo mais de 240. Dois anos depois, um centro comunitário judaico na capital foi bombardeado, matando 86 pessoas e ferindo mais de 300. Agora, mais de três décadas depois, o suposto O mentor dos ataques foi identificado como Hussein Ahmad Karaki, um notório agente do Hezbollah.
Há muito conhecido pelas autoridades policiais como uma figura obscura que opera sob vários pseudónimos, Karaki evitou a captura durante décadas, graças em parte a uma extensa rede e a documentação forjada alegadamente fornecida pela Venezuela.
No sábado, a ministra da Defesa da Argentina, Patricia Bullrich, compartilhou novos detalhes sobre o suposto papel de Karaki como chefe das operações do Hezbollah na América Latina. De acordo com Bullrich, Karaki não foi apenas responsável pelo planeamento e execução dos dois infames atentados bombistas argentinos, mas também continua activo na região, com provas que o ligam a uma série de tentativas terroristas frustradas no Peru, na Bolívia e no Brasil.
QUEREMOS QUE O POVO ARGENTINO SAIBA QUEM ESTÁ POR TRÁS DOS ATAQUES À EMBAIXADA DE ISRAEL E À AMIA: NÃO PERMITIREMOS QUE ATAQUEM NOVAMENTE COM SUA REDE
Hoje damos nome, sobrenome e rosto ao cérebro e chefe do Hezbollah na América Latina: Hussein Ahmad Karaki. Um dos… pic.twitter.com/WhPVctgbue
– Patrícia Bullrich (@PatoBullrich) 25 de outubro de 2024
Karaki foi responsável por supervisionar a logística por trás dos ataques de 1992 e 1994 na Argentina, disse Bullrich, acrescentando que operava sob o pseudônimo de “David Assi”. “Queremos que o povo argentino conheça a identidade do responsável por estes atos hediondos”, afirmou. Bullrich descreveu ainda Karaki como um “fantasma”, alguém que escapou efetivamente da detecção durante anos, graças a táticas sofisticadas.
Bullrich alegou a crescente relação do Hezbollah com os cartéis brasileiros, nomeadamente o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho, ambos conhecidos por controlarem vastas áreas do comércio de drogas no Brasil.
De acordo com Bullrich, o Hezbollah transformou estes cartéis em entidades narco-terroristas híbridas, com os ganhos ilícitos do PCC alegadamente canalizados para financiar o arsenal do Hezbollah e os ataques contra Israel.
A relação alegadamente estende-se a uma vasta operação de contrabando de droga: os barcos de droga do PCC atravessam o meio do Atlântico, onde se encontram com navios ligados à máfia da Calábria ou dos Balcãs. A cocaína sul-americana é trocada por haxixe libanês, e os barcos retornam aos seus respectivos portos para completar o ciclo.
Há muito que se suspeita que os ataques à Embaixada de Israel e ao centro comunitário judaico tenham o apoio iraniano. As recentes decisões do poder judiciário argentino implicam ainda mais o papel do Irão no planeamento, financiamento e apoio às operações do Hezbollah na Argentina.