Jornalista morto a tiros no México em meio a onda de violência de cartéis
Um jornalista foi morto a tiros na noite de terça-feira no oeste do México, informou a promotoria local, em uma parte do país duramente atingida pela violência dos cartéis de drogas.
Mauricio Cruz Solis, apresentador da rádio local La Poderosa Uruapan, que também publicava notícias no canal Minuto x Minuto, foi morto na cidade de Uruapan, no oeste do estado de Michoacán.
Outra pessoa ficou ferida no ataque, o Ministério Público disse.
A estação de rádio onde Cruz Solis trabalhava lamentou sua morte em um declaração publicada nas redes sociais.
“Mauricio foi mais que um colega, foi um amigo incondicional, uma fonte de inspiração e uma voz incansável a serviço da nossa comunidade”, afirmou a emissora. “Sempre lembraremos de você Mauricio. Obrigado por tudo que você compartilhou conosco.”
Assolado pela violência relacionada ao tráfico de drogas, o México é um dos países países mais perigosos para jornalistasdizem grupos de defesa de notícias.
A Repórteres Sem Fronteiras afirma que mais de 150 jornalistas foram mortos no México desde 1994 – e 2022 foi um dos anos mais mortais de todos os tempos para jornalistas no México, com pelo menos 15 mortos.
O assassinato de Cruz Solis é o primeiro assassinato de um jornalista sob o governo de Claudia Sheinbaumque assumiu o cargo em 1º de outubro, embora tenha havido outros ataques à mídia este mês.
Em 18 de outubro, homens armados atiraram na frente da redação do jornal El Debate em Culiacán, capital do estado do reduto do cartel. Sinaloaque foi abalado por semanas de brigas internas entre gangues.
Um dia depois, um entregador do estabelecimento foi sequestrado por supostos grupos criminosos e não há notícias sobre seu paradeiro.
Os trabalhadores da mídia são regularmente visado no Méxicomuitas vezes em represália direta pelo seu trabalho que cobre temas como a corrupção e os traficantes de drogas notoriamente violentos do país.
Em agosto, um jornalista mexicano que cobriu uma das matérias criminais mais perigosas do país foi morto por pistoleirose dois de seus guarda-costas designados pelo governo ficaram feridos.
Em abril, Roberto Figueroa, que cobriu a política local e conquistou seguidores nas redes sociais por meio de vídeos satíricos, foi encontrado morto dentro de um carro na sua cidade natal, Huitzilac, em Morelos, um estado ao sul da Cidade do México onde a violência alimentada pelas drogas corre desenfreada.
Todos os assassinatos e sequestros, exceto alguns, permanecem sem solução.
“A impunidade é a norma nos crimes contra a imprensa”, afirmou o o Comitê para a Proteção dos Jornalistas disse em um relatório no México em março.