Filmes de terror não estão condenados, e todo mundo que diz isso é apenas um idiota
Ver “Terrifier 3” como um perigo para o gênero é… estranho? Vagamente irritado, se alguma coisa? O “Terrifier 3”, de mutilação do Cineverse, conseguiu colorir fora das linhas do estúdio. É o lançamento teatral sem classificação de maior bilheteria (US$ 63 milhões em todo o mundo), evitou as restrições da MPAA e não possui os fundos de publicidade substanciais das máquinas de estúdio convencionais. Lee fala sobre imitadores como “The Blair Witch Project” que não inspirou “Paranormal Activity”, o superhit de imagens encontradas de Oren Peli que lançou Blumhose para a cena de terror. Sempre haverá imitadores, e sim, estamos prestes a conseguir alguns slashers subfinanciados e sem histórias coerentes que irão sugar a vida da sala, mas isso não vai deter os fãs de terror. O gênero terror é construído sobre mimetismo e inspiração, seguindo tendências com os dedos cruzados. A ascensão da arte como figura de proa do terror moderno se dá por pura vontade. Isso inspira esperança de que a originalidade possa florescer fora das caixas de seleção rígidas dos modelos de estúdio, mas ainda mais, todos os sabores de terror possam coexistir.
O sucesso de “Terrifier 3” é um resultado positivo porque foi feito por um criador independente que entregou a sua visão e provou que algo motivado, algo em que ele acreditava, poderia funcionar, confirma Varatti. Mas, vindo de alguém envolvido nos círculos de produção de terror de Los Angeles, ele acrescenta outra fresta de esperança: “Talvez as razões para imitações iminentes não sejam tão altruístas, mas numa indústria de pessoas que precisam de trabalho e desejam criar, abre-se a porta para mais possibilidades.” Falamos de supersaturação em termos monetários, mas raramente na perspectiva de um criador. “Para cada ‘Tubarão’, temos 10 filmes de exploração de tubarões que levam um tubarão-branco ao espaço ou o transformam em Papai Noel. Esses filmes encontram um público, mesmo que não seja tão grande, e criam empregos para atores, membros da equipe, casas de produção, as obras”, completa Varatti.
“Terrifier 3” de Leone pode ser o impulso para uma recarga de terror na década de 2020, mas isso não significa que o gênero fracasse se o público não concordar. O terror pode ser cômico, romântico, assustador ou dramático. Melhor ainda, os fãs de terror abrangem inúmeros gostos e preferências. A vasta multidão de abordagens de terror significa algo para todos. Essa ideia de que todos copiarão “Terrifier 3” até que o público procure outro lugar é absurda porque, embora possa haver um aumento no número de slashers, outros subgêneros de terror ainda estarão lá para limpar o paladar.
Veja este ano e meus cinco filmes de terror favoritos: “The Substance”, “Exhuma”, “Stopmotion”, “Infested” e “It’s What’s Inside”. Uma monstruosa satirização de Hollywood, uma história de possessão coreana culturalmente rica, uma situação em stop-motion do criativo, o pesadelo de um aracnófobo e um hilário jogo de troca de corpos. Que outro gênero possui esse tipo de alcance?